sexta-feira, 20 de julho de 2007

20 de julho - Dia do Amigo


A vocês que habitam meu coração ininterruptamente, de perto ou de longe, e não precisam jamais pedir licença pra entrar (e que jamais deixarei sair). Que me fazem companhia, repartem comigo o que sabem, o que gostam, o que riem, o que descobrem e tudo o mais, uma pequena homenagem pelo DIA DO AMIGO.

Graças a vocês, eu nunca me sinto sozinha. E espero que tenham consciência de que, no que depender de mim, vocês também não ficarão sozinhos dia nenhum - pois não há dia que se passe sem que eu agradeça pelos amigos que tenho.

E eu sei que todos os anos, nesta mesma data, eu envio esse poema. Mas fazer o que se ele diz tudo e mais um pouco, não é? A insistência é apenas para relembrá-los do valor que têm para mim.

Um beijo especial
Obrigada por estarem aqui,
Aliz


Amigos
Vinicius de Moraes


Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí, e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.

Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente, os que só desconfiam - ou talvez nunca vão saber - que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Viagem sem fim


Decidi viajar sem data prevista para voltar, sem planos previamente traçados, sem saber por onde irei passar.


Vou pegar meu barquinho de papel e deixá-lo navegar livremente. Que me leve para onde quiser, para onde a maré empurrar. Eu vou relaxar e curtir a viagem, observar cada passagem e sentir as estações.


Se meu barquinho de papel precisar de ajuda para seguir, usarei minhas canetas coloridas como remos e darei continuidade à minha viagem.


E navegando por águas calmas, experimentarei a brisa fresca desse mar límpido, onde cada letra representará uma espécie rara de peixe que enriquece o fundo de mares nunca navegados.


E assim irei, calmamente remando com canetas coloridas entre letras encantadas, com meu barquinho de papel. E não sei quando e como irei voltar, porque minha bagagem serão as lembranças das coisas que vivi, as armas serão tudo o que aprendi, e serei alimentada pelas novas descobertas que essa viagem sem rumo me trará.


Será nessas águas mansas que mergulharei para lavar o corpo e a alma, e de mais nada precisarei. Meus remos darão cor ao meu novo rumo, e quem sabe esse meu barco de papel resolva desembarcar eternamente em alguma Ilha que eu mesma criarei.

Que falta



Parece mesmo que faz tempo...
Talvez até eternidade!
Mas mesmo que por um momento
Só sei sentir saudade.


Onde estará agora
aquele riso que nunca ouvi?
E aquela face que nunca beijei?
E aquele gosto que nunca senti?


Está aqui, sem dúvida.
O tempo todo, me rodeia.
Ignora todas as explicações,
e tão intenso, que me tonteia.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Ilha Mulher


Reservada e desconhecida, essa ilha deságua em si mesma. Enfeita-se de todas as vaidades, é sua característica principal. Veste-se de mistério, jamais foi habitada. Sabe tudo de si e muito dos outros, mas jamais permite que descubram seus segredos. Talvez seja grande e vasta demais para que sua descoberta seja possível.


Muito admirada. Desejada! Mas quem a observa fica de longe. Por mais que se aproxime, a distância sempre é grande demais. Não que a Ilha se mova, fugindo de qualquer um que se aproxime. É que ela é como o horizonte: ao alcance dos olhos mas longe das mãos. Está ao alcance de todos os olhares, mas longe de qualquer entendimento.


É bela, dócil, sutil, pura e forte. Mas é exigente! Seu destino é mesmo ser desconhecida... eternamente desconhecida, pois é a única que sabe de suas vontades, seus limites e o caminho para realizar seus sonhos – tão simples, no entanto tão impossíveis . Ainda não a olharam desprovidos de receio e malícia para poder desvendá-la.


A Ilha Mulher é um mundo oculto dentro de seus encantos. Ainda não se sabe se é uma ilha com um imenso coração ou um imenso coração guardando uma ilha. O importante é que já se sabe que as águas que a envolvem e protegem são feitas da mais pura emoção.