sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Te amo até o fim




Em códigos, como sempre, mas não posso reclamar. A luz púrpura do meu coração cintila com as mais simples palavras desse, que eu chamo amor de alma. Como contê-lo diante dessa sugestão?

Ele nunca me diz as coisas diretamente. Mas nas suas tentativas, que eu sempre finjo não compreender pra ver se ele se irrita e se expressa mais explicitamente, eu me refugio de volta no castelo dos sonhos que nunca consegui abandonar de vez.

Quando eu penso que terei de me contentar com seu silêncio sempre sugestivo, vem ele de repente, com alguma frase, alguma música, algum filme pra me recomendar.

Recomendar que eu não esqueça nunca. Lembrar-me de que os acontecimentos, mesmo sem explicação, nunca significam ausência e que as declarações estão sempre no ar e no coração, só não podem ser ditas com todas as letras.

Que um amor, as vezes, não é capaz de brecar um outro, diferente. É, ele me mostrou que existem tipos diferentes de amor... alguns explícitos, públicos; outros secretos, mudos, escondidos no fundo da alma.

Ele me ensinou um pouco de tudo. A sorrir, a sofrer, a me fortalecer diante das adversidades causadas por um coração egocêntrico e inconstante, mas repleto e intenso. Me ensinou que as despedidas acontecem, mesmo que nunca sejam formais e definitivas, mas que ausência não tem nada a ver com isso. E ele me mostrou também o quanto pode ser relativo esse conceito de ausência. Ela é imaterial, mas não deve ser levada muito a sério.

Os amores de alma são feitos para serem incompreensíveis, como esse que eu relato aqui. Amor que existirá até o fim. E o fim é tão impalpável quanto o sentimento em si. Se não há limites para o amor, existirá, então, um ponto final numa história dessas?

Agora, com o tempo me pressionando a crescer, eu entendo um pouco mais os recursos abstratos prediletos do amor. Do amor que ele tem por mim, mas que ninguém pode saber. Nem eu.