quarta-feira, 6 de maio de 2009

O namorado dos meus sonhos

O namorado dos meus sonhos não precisa ser sobrenatural, ofertando sóis e luas alusivas para me fazer sentir nas nuvens. Há muitas maneiras de me levar ao céu sem nem mesmo sair do lugar. Basta ser sensato o suficiente para usar seu senso de realidade quando eu estiver fantasiando em excesso, e sonhador um tanto para adoçar aqueles dias em que eu sofrer com realismos demais. Basta ter o corpo quente e a cabeça fria.

Ele não precisa se preocupar em ser perfeito. Para quê desperdiçar energia com ilusões sem nexo? Basta ter disposição para sonhar junto e, quando os sonhos não combinarem, tiver compreensão suficiente para entender meus sonhos mais íntimos, assim como quero respeitar os dele.

Eu não busco um príncipe encantado, muito pelo contrário, procuro um homem o mais humano possível. Gente suficiente para sorrir, chorar, desejar, aprender, sentir: reconstruir-se o tempo todo, sem pressa, com naturalidade, sem preconceitos e julgamentos desumanos. Um homem que já tenha se dado conta daquilo que mais vale a pena na vida: momentos, pessoas, sentimentos.

Não precisa representar, fingir ser o que não é, dizer ter o que não tem. Pra mim é suficiente que ele se aceite, se goste e carregue consigo aquela motivação bendita que existe nas pessoas prósperas, que não desistem de seus sonhos, que lutam por seus ideais na proporção exata: sem se deixar apagar pelo comodismo e nem se deixar dominar pela ganância.

O namorado perfeito é aquele que demonstra suas imperfeições com simplicidade, sem medo, seguro das qualidades que possui e que podem compensar os defeitos. Um homem assim conseguirá enxergar a mulher que sou, com minhas limitações, e amar-me da mesma forma, com a mesma intensidade.

Meu namorado dos sonhos saberá que duas pessoas, por mais que se amem, não se bastam, e que cada um representa um universo infinito, e entenderá isso. Atualizado e inteligente, já terá se livrado de conceitos arcaicos como posse, ciúme, pressão, obrigação. Esse homem saberá que apenas o amor mantém um casal, e que a confiança é a saúde de qualquer relacionamento.

Esse homem, namorado, amante, amigo, de sentimentos maduros e coração aberto, bem como espírito livre, saberá mergulhar seu corpo e sua alma na medida certa, sem exageros, sem dependência, sem grandes expectativas: ele desfrutará de cada dia e cada descoberta. Ele entregará e exigirá mais do que corpo, mas alma, sem que isso aprisione qualquer um dos dois.

E por fim, meu amado terá entendido que amor não tem nada a ver com dilúvios, tempestades, idas e voltas, crises periódicas e outras desculpas que casais imaturos usam para justificar uma relação doente. Amor de verdade não tem nada a ver com sacrifício e dor. Um amor pleno, como só o meu namorado poderá me dar e eu a ele, transcenderá paz aos nossos corações.