quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Inspiração



Eu não quero me inspirar em nada.

Eu quero ser a vítima da inspiração,

Capturada!

Não quero procurar em volta

Algo para escrever, sonhar, esquecer...

Quero ser pega de surpresa,

Ser fruto de súbito criar.

Não pretendo esperar o olho brilhar.

Anseio por sentir

Algo mais forte e fiel do que enxergar.

Espero pelo vulto de insensatez

Que consiga me arrastar,

Que me faça largar tudo por um instante

Pra me saciar.

A irresponsabilidade involuntária ainda não chegou.

Não senti a batida do desespero inexplicável

Por algo que não tenho,

Nem estou.

Sei que existem mil saídas para escapar,

E não pretendo deixar o movimento do mundo,

Só quero adquirir o instinto de saber

Quando a vontade for mais forte,

Voar!

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