quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Sua ida



Que vida boa aquela
Quando o sol era soberano
Nos dias de minha vida.
E quando o céu era de verdade,
Cada nuvem dizendo algo.
Menos sobre a sua ida.

Como era diferente
E eu nem sabia!
Agora, nesse escuro,
Sob um silêncio cruel, forçado,
Eu vislumbro a perfeição
De tudo que tinha no passado.

Ouço as músicas
Que poderia ter cantado a você,
E as formas para declarar
A falta que me faria
Se eu conseguisse imaginar
A sua ausência um dia.

No lugar das flores
E das cores intensas
que enfeitavam nossos dias,
Há apenas lembranças sobre você.
Milhares delas, espalhadas
Por todo o planeta onde fiquei sozinha.

Minha voz e meus olhos,
E até mesmo meus atos e meu medo
Disseram diariamente que te amo.
Mas eu repetiria, incansável,
Como a imensidão desse amor,
Interrompido tão cedo!

Bem sei da sua eternidade,
Alma leve de passarinho, de água limpa,
De céu aberto, de vôo de borboleta.
Bem sei que agora pode tudo.
Mas levou contigo a beleza de minha era,
O encanto do meu mundo.

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