quinta-feira, 17 de julho de 2008

Convido-te a sair


Você é uma porta que se fechou.
O capítulo que, finalmente,
Dou por terminado.
Despeço-me de você agora,
Lembrança de outrora,
De tudo aquilo que fui e não consigo mais ser.


E ao me despir de você,
Abandono também todas as ilusões
Que permearam meus sonhos até aqui.
Encerro o ciclo de amor
Que ainda parece não acabar mais.
Irei para bem longe de ti.


Minhas lembranças não terão mais permissão
De visitá-lo no cair da madrugada,
E tampouco nas manhãs silenciosas, serenadas.
Nem sequer nos dias de sol intenso,
E em nenhum outro momento.
Fique longe de mim.


Pelo meu próprio bem, me retiro
De todos os espaços que você ocupa.
Renego, em troco, o amor que um dia também me foi negado.
E as lágrimas, que, enfim, secaram.
Devolvo-te o silêncio e a ausência,
E esqueço, pois se foi, a angústia.


Despeço-me da tua saudade,
Do teu frescor, da tua ousadia,
Do teu ego, que tanto alimentei.
Hoje eu prefiro a solidão segura
Mas repleta da candura
De quem aprendeu outra lição.

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