Há pouco tempo, apenas um ano atrás, ocorreu a maior e mais dolorida despedida. A mais intensa das dores e a mais revoltante saudade se instalaram para ficar. A separação mais repentina, a interrupção mais abrupta de uma união que deu certo em cada minuto enquanto existiu chegou ao fim num sopro, num suspiro silencioso, frio. Há até um ano a vida era perfeita e eu não sabia, e agora, dia por dia eu tenho mais provas de que certas perdas levam pedaços irrecuperáveis da alma que fica.
O que é uma data ‘símbolo’ diante de cada um desses dias de ausência? Na amargura da minha dor que não cessa, é uma amostra do quanto o tempo ignora as nossas maiores tristezas. Aqui fora – ou aqui dentro, eu não sei bem onde estamos -, a vida continua, implacável, frenética, e te obriga a agir como se não estivesse faltando pedaço algum, como se a morte fosse natural para nós tanto quanto é para ela. E nesse movimento todo, vamos fingindo uma satisfação que se mantém graças a uma boa vontade nossa que funciona dia sim, dia não.
Mas e por dentro? Engana-se quem pensa que o passar do tempo conforta ou recompõe. A verdade é que quanto mais os dias passam, mais frangalhos colecionamos, mais se perdem esses fragmentos que representam o tudo que somos. O amanhecer perde a poesia quando nos lembra do número que soma na conta da mais impotente saudade. Nós não temos defesa alguma quando a morte visita a nossa casa e leva uma das vidas que mantém a nossa acesa, pulsante. Somos obrigados a conviver com a falta pesadamente constante que nos endurece mais e mais. Nos cobram força, coragem, continuidade... mas como ter força diante de objetos, lugares, marcas, minúcias que permanecem em forma de lembranças tão vivas quanto o amor que não tem tempo nem lugar pra existir? Como evitar esse buraco gigante que se forma bem no meio do nosso caminho e que não pode ser preenchido nunca mais? Escalamos. Talvez sob esse aspecto demonstremos um tantinho de heroísmo herdado de Deus: nós suportamos o insuportável porque alguém inventou que é preciso continuar.
Há um ano, exatamente, iniciei a maior de minhas lutas, a mais íntima, a mais solitária, a mais quieta, portanto, a mais difícil de todas. Porque encarar a vida com todos os seus desafios e possibilidades é uma escolha, mas aceitar a morte de quem amamos é uma imposição fatal. Mesmo sendo causadoras de todos os problemas do mundo e do espírito, as pessoas são o que há de mais valioso nessa existência. Nada se compara ao valor delas, da força de sua presença, do poder de tudo o que representam dentro de nosso lar.
Há um ano eu busco uma forma de honrar o que me foi ensinado sobre valentia, dignidade, fé, coragem, força. Mas confesso que nesse tempo todo tenho aprendido mais sobre a incrível mágica do amor, que transcende até a dimensão que guarda nossos seres mais amados. Graças a isso eu ainda suporto colecionar meus dias vazios, que por um acaso, fazem aniversário hoje.
O que é uma data ‘símbolo’ diante de cada um desses dias de ausência? Na amargura da minha dor que não cessa, é uma amostra do quanto o tempo ignora as nossas maiores tristezas. Aqui fora – ou aqui dentro, eu não sei bem onde estamos -, a vida continua, implacável, frenética, e te obriga a agir como se não estivesse faltando pedaço algum, como se a morte fosse natural para nós tanto quanto é para ela. E nesse movimento todo, vamos fingindo uma satisfação que se mantém graças a uma boa vontade nossa que funciona dia sim, dia não.
Mas e por dentro? Engana-se quem pensa que o passar do tempo conforta ou recompõe. A verdade é que quanto mais os dias passam, mais frangalhos colecionamos, mais se perdem esses fragmentos que representam o tudo que somos. O amanhecer perde a poesia quando nos lembra do número que soma na conta da mais impotente saudade. Nós não temos defesa alguma quando a morte visita a nossa casa e leva uma das vidas que mantém a nossa acesa, pulsante. Somos obrigados a conviver com a falta pesadamente constante que nos endurece mais e mais. Nos cobram força, coragem, continuidade... mas como ter força diante de objetos, lugares, marcas, minúcias que permanecem em forma de lembranças tão vivas quanto o amor que não tem tempo nem lugar pra existir? Como evitar esse buraco gigante que se forma bem no meio do nosso caminho e que não pode ser preenchido nunca mais? Escalamos. Talvez sob esse aspecto demonstremos um tantinho de heroísmo herdado de Deus: nós suportamos o insuportável porque alguém inventou que é preciso continuar.
Há um ano, exatamente, iniciei a maior de minhas lutas, a mais íntima, a mais solitária, a mais quieta, portanto, a mais difícil de todas. Porque encarar a vida com todos os seus desafios e possibilidades é uma escolha, mas aceitar a morte de quem amamos é uma imposição fatal. Mesmo sendo causadoras de todos os problemas do mundo e do espírito, as pessoas são o que há de mais valioso nessa existência. Nada se compara ao valor delas, da força de sua presença, do poder de tudo o que representam dentro de nosso lar.
Há um ano eu busco uma forma de honrar o que me foi ensinado sobre valentia, dignidade, fé, coragem, força. Mas confesso que nesse tempo todo tenho aprendido mais sobre a incrível mágica do amor, que transcende até a dimensão que guarda nossos seres mais amados. Graças a isso eu ainda suporto colecionar meus dias vazios, que por um acaso, fazem aniversário hoje.
Sem a pretensão de ser um abraço materno que é único,insubstituível.
ResponderExcluirTampouco um abraço de consolo; há dores inconsoláveis.
Só um abraço de quem começou a te conhecer. E de te admirar.
Ôh Neidinha, que gosto, que alegria! Obrigada por ser essa amiga tão especial!
ResponderExcluirPs: te reenviei um convite para o Boteco. Você recebeu? Estamos sentindo a sua falta!!!
Beijos