Não vejo a hora de percorrer teu rosto com a palma das minhas mãos, como sempre faço, até que as pontas dos meus dedos entrem, devagarinho, por entre os fios dos seus cabelos lisinhos. E então, ficar observando você de olhos fechados, se deixando acariciar, enquanto emaranho minhas mãos em cada fio de cabelo seu, de novo, e de novo, e de novo, lentamente. Até que, de levinho, desça até seus braços, suas costas, seu peito, em movimentos circulares numa espécie de massagem em que as digitais flutuam sobre sua pele. E nesse passeio sem partida, sem chegada, percorro de um ombro a outro até te sentir estremecer de arrepio. Então rirei, como sempre acontece, e te darei beijos espalhados pelo corpo todo. Lábios em um canto de você, mãos espalmadas em outro, como se pudesse te abraçar inteiro e de uma só vez.
Não vejo a hora.
Perto assim eu sinto o seu cheiro me impregnar e nesse instante parece que nunca mais esse perfume vai sair de mim. Dá até pra acreditar que a solidão nem sequer existe; que o “sempre” é isso e nada mais. E é. Porque esse efeito fica mesmo depois que você vai embora e essa vontade permanece igual até o próximo encontro. Eu não canso de curtir você assim, de caminhar com os meus sentidos em você todo. Poderia ficar horas, dias, vidas inteiras a fio só te carinhando, te desvendando, mergulhando em você com meus olhos, minha pele e meu amor.
Só que desta vez, quero, preciso, olhar mais fundo nos seus olhos castanhos enquanto me delicio em você. Quero resgatar aquele silêncio que fazíamos lá no comecinho. Nos comunicávamos tão bem assim, lembra? Acho que preciso me entregar mais e me preocupar menos com detalhes externos, me desligar do mundo aí fora. Sinto uma pressa inexplicável de experimentar isso. De te deixar me experimentar assim, mais livre, mais pronta. Porque eu preciso que saiba que faço amor com você antes mesmo que nos toquemos. Preciso que meus olhos te digam o que a minha boca não sabe dizer.
Eu, as células do meu corpo, os impulsos do meu coração estamos contando os minutos para te ter pertinho de novo.
Os diminutivos no texto dão um toque tão especial!
ResponderExcluirOpa! Gostei muito do seu blog...voltarei outyra vez pra te ver!
ResponderExcluirNeste teu belo e impulsivo post, em que descreves com rara intensidade teus sentimentos em prol do ser muito desejado/amado...
ResponderExcluiro chato aqui pede a palavra como médico para dizer que as mãos têm palmas e os pés têm plantas...mas a estas não é preciso rega-las, basta o banho diário.
muito bacana a forma com que vc expressa seus sentimentos nesse texto.
ResponderExcluirMuito original e singular.. parabens..
http://simplesmentebaboseiras.blogspot.com/