Não é só o amor que é bom apenas quando recíproco, mas também a saudade. Porque a saudade é uma das principais mensageiras do amor. É ela que sufoca, que desespera, que nos faz sentir na pele que estamos mesmo amando. Quando amamos alguém, sentimos saudade o tempo todo, em qualquer situação, mesmo após ter acabado de ver o ser amado. Já quando essa falta não é sentida, então não deve... não pode ser amor.
O ser amado faz falta na maior parte do tempo simplesmente porque se torna essencial, inevitavelmente. E mesmo que sua ausência seja justificável, compreensível, até mesmo necessária, uma vez que um pouco de distância conserva o relacionamento saudável, ainda assim carregamos o calorzinho da saudade no peito - mais mansa, mais amena, mas sempre ali. Afinal, seja qual for a situação, com a pessoa amada ao lado é muito melhor.
Bom seria se pudéssemos saber mais da saudade que causamos lá do outro lado. No começo, com a paixão no auge, nem precisamos perguntar, essa falta é sempre relatada e das formas mais lindas possíveis. Mas depois ela vai sumindo até que você próprio sinta que não está fazendo falta alguma. E essa constatação machuca tão ou mais do que conviver em uma rotina na qual você não é mais é essencial.
A saudade é a manifestação do amor em momentos e lugares improváveis. Incontrolável, ela nos lembra que o coração está repleto, que não estamos mais sozinhos. E esse sentimento é tão idêntico ao amor que, quando escasso, gera a mesma e aparentemente incurável secura na alma. Não provocar saudade em quem amamos é duro e cruel, porque prenuncia um amor que já se foi sem nem sequer despedir-se. Ela nos traz de volta à dureza da realidade, e quando isso acontece é porque o sonho realmente acabou. E o amor é um sonho, o melhor de todos, mas que precisa ser forte e verdadeiro demais pra se mesclar à realidade a ponto de concretizar-se. Raras vezes é assim.
E veja só, diante desse sofrimento que insistimos em experimentar vida afora, na eterna tentativa de tornarmo-nos raros enfim, quem segue nos acompanhando? A saudade. Essa megera que nos forçou reconhecer o fim do nosso sonho de amor continua a caminhada ao nosso lado ora em forma de lembranças, ora em forma de sufoco, eternamente em forma de lição. Ela nos faz sentir todo o tipo de falta: as doloridas, típicas do que foi e não volta mais; as necessárias, que têm um sentido maior; as irremediáveis, que carregamos o resto da vida e, sem elas, não conseguiríamos reconhecer nem a nós próprios, de tão intrínsecas.
O mais curioso nisso tudo é que vamos rodar, rodar e rodar e continuar buscando com uma necessidade insana a raiz de tudo isso: o amor. Tão logo nos recuperemos do trauma que causam tantas saudades acumuladas e não correspondidas, buscaremos amar novamente e provar as dores e as delícias que tantas saudades causam mais uma vez. E a lágrima que cai durante uma saudade recíproca é tão doce que não desejamos contê-la, pelo contrário, mergulhamos cada vez mais fundo no vício desse mel. Mas esse sabor é totalmente suplantado pelo amargo da lágrima que cai por causa daquela saudade que vai, porém, já não volta mais.
parabéns por teu blog...
ResponderExcluirótimo conteúdo...
beijos em teu coração...
Nossas lembranças de amor, dai-nos amor em nosso coração.
ResponderExcluirObrigado.
Heart Pens
Seu blog é muito interessante , parabéns....
ResponderExcluirbj
Ótima Semana
Que texto fantástico...Bato palmas de pé...Ando meio sumida da Blogsfera....mais estou lendo por ai...no perfil..Borboletando... e achei vc e seu canto.
ResponderExcluirSuas escritas me levaram a ter por um segundo, uma vontade de suspirar...e eu suspirei....Talvez de saudades...
Olha, estou com o meu blog fechado mais voltarei e certamente estarei por aqui. Parabéns!
Bjitos na alma.