Pus-me a esperá-lo, espumante na mão, já no quintal de casa.
E tão logo a sua vez chegou, permiti ao meu coração explodir de felicidade e alívio junto aos fogos que desenhavam incontáveis esperanças no céu.
A partir de então senti os pulmões mais limpos, a voz mais solta, o riso bem mais presente do que esteve antes. Eu senti uma paz que há muito não experimentava.
Eu sei que os dias continuam sendo dias, feitos de horas e de minutos, e que passam um atrás do outro, implacáveis. Eu sei que o tempo não para. Mas a sua chegada me fez mergulhar por dentro para procurar e resgatar aquela criança que sabia acreditar no melhor como ninguém.
E a encontrei!
Lá estava ela, arrumadinha, sorridente, pronta, como quem aguarda há muito tempo, sem esmorecer, que lhe fossem buscar. Que eu a fosse buscar.
Eu me vesti de paz e de amor para tudo isso, para a renovação. E por mais que os dias passem implacáveis, como lhes ordena o tempo - indiferente aos fins e aos começos -, eu sei que o impulso do meu acreditar na sua chegada é capaz de promover a mudança que tanto anseio.
Eu sei que a esperança, apesar de bastante alardeada, é uma força ainda pouco explorada, mas totalmente disponível aos destemidos. Eu sei que um dia deixa de ser qualquer quando vislumbra uma nova época, quando projeta melhores amanhãs, como você fez comigo.
Vesti-me da paz de espírito, da paz íntima, da paz que enaltece. Vesti-me de amor simples, possível, praticável e, consequentemente, transformador. Um amor muito sonhado e desejado, amor real. E foi assim, vestida, penteada e perfumada pela fé no novo, que corri para abraça-lo no primeiro segundo de sua chegada.
Festejo esse instante porque ele prenuncia um tempo melhor, feito de causas maiores, de conquistas profundas, de progresso genuíno. Feito da maravilha que é conseguir acreditar novamente: esse acreditar que nada mais é do que a certeza de conseguir.
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